quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A URBANIZAÇÃO NO MUNDO (1°ANOS)

As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia (atual Iraque), depois vieram às cidades do Vale Nilo, do Indo, da região mediterrânea e Europa e, finalmente, as cidades da China e do Novo Mundo. Embora as primeiras cidades tenham aparecido há mais de 3.500 anos a.C., o processo de urbanização moderno teve início no século XVIII, em conseqüência da Revolução Industrial, desencadeada primeiro na Europa e, a seguir, nas demais áreas de desenvolvimento do mundo atual.
No caso do Terceiro Mundo, a urbanização é um fato bem recente. Hoje, quase metade da população mundial vive em cidades, e a tendência é aumentar cada vez mais. A cidade subordinou o campo e estabeleceu uma divisão de trabalho segundo a qual cabe a ele fornecer alimentos e matérias-primas a ela, recebendo em troca produtos industrializados, tecnologia etc. Mas o fato de o campo ser subordinado à cidade não quer dizer que ele perdeu sua importância, pois não podemos deixar de levar em conta que: • Por não ser auto-suficiente, a sobrevivência da cidade depende do campo; • Quanto maior a urbanização maior a dependência da cidade em relação ao campo no tocante à necessidade de alimentos e matérias-primas agrícolas. Conceito A urbanização resulta fundamentalmente da transferência de pessoas do meio rural (campo) para o meio urbano (cidade). Assim, a idéia de urbanização está intimamente associada à concentração de muitas pessoas em um espaço restrito (a cidade) e na substituição das atividades primárias (agropecuária) por atividades secundárias (indústrias) e terciárias (serviços). Entretanto, por se tratar de um processo, costuma-se conceituar urbanização como sendo "o aumento da população urbana em relação à população rural", e nesse sentido só ocorre urbanização quando o percentual de aumento da população urbana é superior a da população rural.
A Inglaterra foi o primeiro país do mundo a se urbanizar (em 1850 já possuía mais de 50% da população urbana), no entanto a urbanização acelerada da maior parte dos países desenvolvidos industrializados só ocorreu a partir da segunda metade do século XIX.
Além disso, esses países demoram mais tempo para se tornar urbanizados que a maioria dos atuais países subdesenvolvidos industrializados. Vemos, então, que, em geral, quanto mais tarde um país se torna industrializado tanto mais rápida é sua urbanização. Observe esses dados:
• Em 1900 existiam no mundo dezesseis cidades com população superior a 1 milhão de habitantes. Dessa, somente duas (Pequim e Calcutá) pertenciam ao Terceiro Mundo.
• Em 1950 havia vinte cidades no mundo com população superior a 2,5 milhões de habitantes. Dessas, apenas seis (Xangai, Buenos Aires, Calcutá, Bombaim, Cidade do México e Rio de Janeiro) estavam situadas no Terceiro Mundo. Observação: a cidade de São Paulo nem constava dessa lista.
• Para o ano 2000, as estimativas mostram que, das 26 aglomerações urbanas com mais de 10 milhões de habitantes, nada menos que vinte delas estarão no Terceiro Mundo. A maior aglomeração urbana mais populosa do mundo será a Cidade do México, com 32 milhões de habitantes, o equivalente à população da Argentina em 1990. São Paulo aparece como a segunda aglomeração urbana, com 26 milhões de habitantes. Urbanização nos diferentes grupos de países
Considerando-se os vários agrupamentos de países, a situação urbana pode ser simplificada como mostramos a seguir. Países capitalistas desenvolvidos. A maior parte desses países já atingiu índices bastante elevados e, praticamente, máximos de urbanização. A tendência, portanto, é de estabilização em torno de índices entre 80 e 90%, embora alguns já tenham ultrapassado os 90%. Países capitalistas subdesenvolvidos. Nesse grupo, bastante heterogêneo, destacamos:
• Subdesenvolvidos industrializados. A recente e rápida industrialização gerou acentuado desequilíbrio das condições e da expectativa de vida entre a cidade e o campo, resultando num rapidíssimo processo de urbanização, porém com conseqüências muito drásticas (subemprego, mendicância, favelas, criminalidade etc.). Isso porque o desenvolvimento dos setores secundário e terciário não acompanhou o ritmo da urbanização, além da total carência de uma firme política de planejamento urbano. Alguns desses países apresentam taxas de urbanização iguais e até superiores às de países desenvolvidos, embora, com raras exceções, a urbanização dos países subdesenvolvidos se apresente em condições extremamente precárias (favelas, cortiços etc.).
• Subdesenvolvidos não-industrializados. Em virtude do predomínio das atividades primárias, a maior parte desses países apresenta baixos índices de urbanização. Países socialistas. Os países socialistas são relativamente pouco urbanizados. A razão fundamental está na planificação estatal da economia, que tem permitido ao estado controlar e direcionar os recursos (investimentos), podendo assim exercer maior influência na distribuição geográfica da população. Os índices de população urbana dos países socialistas desenvolvidos são semelhantes aos do subdesenvolvidos industrializados.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Expansão da área de influência de Brasília (1° e 2° ano)

Estudo realizado pelo IBGE, intitulado como: "Regiões de influência das cidades - 2008" divulgado no dia 10/10, mostra a expansão da área de influência economica e urbana de Brasília, veja abaixo as principais abordagens:

A região de influência da capital do país vai muito além das 29 Regiões Administrativas do DF e dos 22 municipíos do Entorno, região conhecida tecnicamente como RIDE - Região Integrada de Desenvolvimento do Entorno e DF. Segundo estudo levantado pelo IBGE, Brasília é referência para mais de 9.6 milhões de habitantes que vivem em 298 municípios. Estas áreas de influência estão localizadas no Noroeste de Minas Gerais, oeste da Bahia, sul de Tocantins e especialmente Goias. Nas primeiras edições do estudo - 1972,1987,2000 o poder de Brasília explicava-se pelo fato de ser o centro político e o palco das decisões administrativas do país. Desta vez, ao lado do Rio de Janeiro, a cidade recebeu o título de metrópole nacional e assumiu o status de capital em todas as dimensões. Agora, esta apenas atrás de São Paulo (considerada grande metrópole nacional) e Rio de Janeiro, quando observado a extensão de influência. Das 12 grandes redes de influência elencadas pelo instituto, Brasília é a que possui o mais alto PIB per capita: R$ 25,3 mil. Para se ter uma idéia da sua expansão, a zona de influência alcança inclusive as redes de Porto Velho (RO) e Cuiabá (MT) e cidades com mais de 600 km de distância como Barreiras e Bom Jesus da Lapa, na Bahia também aparecem na área de influência. O estudo levou em contas três fatores: a subordinação das cidades à gestão federal, o impacto empresarial e econômico da localidade e por último a oferta de serviços, produtos e rede urbana.
A região considerada Entorno de Brasília é muito maior segundo o IBGE, o estudo mostra que há gente morando muito longe da capital federal, mas que tem a cidade como principal alicerce. Pela primeira vez Brasília é listada como Metrópole Nacional. Por um lado é bom, representa progresso e geração de renda. Por outro, serve de alerta, já que o DF já sofre grande pressão demográfica exercida pelas cidades vizinhas, agora tem de se preocupar com a demanda oriunda de mais de 250municípios, estejam eles onde estiver.
Se pensarmos nos desafios criados pelo título de metrópole nacional, o mais latente é, sem dúvida, o da saúde pública. Todo dia, antes das 5 horas da manhã a prefeitura de Buritis -MG disponibiliza um microônibus cheio de pacientes rumo a Brasília.
Quanto a economia, o fato é de comemorar, "pois quanto maior a área de influência de uma cidade, maiores os recursos atraídos para ela. A cidade suga parte dos recursos da região", explica o economista Júlio Miragaya, coordenador de planejamento territorial do Ministério da Integração Nacional. Portanto, conclui-se que existe a tendência de aumentar a concentração de riquezas no DF, pois direta ou indiretamente as cidades vinculadas a zona de influência consomem aqui. Inclusive, segundo o IBGE, até para se fazer compras e ter acesso a serviços essenciais a população no Brasil deve se deslocar em média 49 km, realizando grandes deslocamentos enquadrados como migração intra-regional pendular.
O estudo identificou 12 principais centros urbanos do país com uma extensa área de influência direta. São Paulo aparece sozinha no nível de Grande Metrópole, sendo o maior conjunto urbano do país, Rio e Brasília vem logo em seguida. Em um terceiro nível encontram-se Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Manaus, Goiania, Belém, Recife e Fortaleza. Anteriormente Brasília e Manaus, por exemplo, eram classificadas como Centros Regionais.
Mais informações - site IBGE e Correio Braziliense - Caderno Cidades - 19/10/2008

terça-feira, 7 de outubro de 2008

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Oasis lança seu novo álbum

Com lançamento mundial previsto para essa segunda-feira - dia 6, o novo álbum do Oasis,
Dig out your soul, gravado no lendário estúdio Abbey Road, o sétimo trabalho de estúdio de uma das principais bandas britânicas. Surgida na década de 90 na fria e úmida Manchester, envolvidos na nostalgia e nas influências de outras bandas do itinerário Manchester - Liverpool como Beatles, Stone Roses, Smiths, Happy Mondays. Liderada pelos criativos e encrenqueiros irmãos Gallagher, o Oasis foi juntamente com o Blur (outra banda de Manchester) os responsáveis pelo ressurgimento do Britrock no cenário mundial, num período em que a também fria e úmida Seattle, na costa do pacífico norte-americano também despontava suas bandas, modas e tendências, era o auge do Grunge com Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam. É com certeza um lançamento esperado para a galera que curte a qualidade e a sonoridade proveniente da velha ilha. As músicas já se encontram disponíveis para audição em: http://www.myspace.com/ ou http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendid=4385325. É só ouvir !!!

Entenda a crise econômica nos EUA (3°ano)

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A globalização nos colocou todos em um mesmo barco. Um barco a mercê das tempestades e marés econômicas. A interdependência dos mercados mundiais cria um efeito borboleta muitas vezes devastador em economias que dependem quase que exclusivamente dos investimentos e ânimos internacionais.
A crise imobiliária dos EUA, assunto obrigatório em noticiários econômicos, gera um ambiente movediço na estrutura macroeconômica nacional. Somos afetados sem ao menos saber o que nos atingiu. O objetivo desse artigo é elucidar alguns pontos que ajudarão na compreensão desse fenômeno internacional.
Com a grande depressão iniciada em 1929, o mundo conheceu um vilão criado pela "mão invisível" do mercado defendida por Adam Smith, a Recessão econômica. Desde então, nada assusta mais o desenvolvimento de uma economia que uma desaceleração generalizada no consumo. Em 2001, após os atentados terroristas de 11 de setembro, os EUA estiveram à beira de uma crise. Os estadunidenses reduziram drasticamente o consumo, levando o presidente George W. Bush a divulgar um comunicado à nação convidando-os às compras. No mesmo período o Federal Reserve, banco central norte-americano, baixou significativamente a taxa básica de juros. O mercado reagiu a essas medidas e o resultado foi uma grande abertura nas linhas de crédito imobiliário, inclusive às pessoas que se enquadravam no subprime, clientes que não têm uma renda comprovada e possuem um histórico de inadimplência.
O grupo de clientes subprime, oferecem um alto risco de retorno de capital e devido a isso pagam juros que chegam até 12%. Querendo não arcar com todo o risco envolvido nessa transação imobiliária, as financeiras abrem títulos no mercado com o intuito de adiantar vencimentos, tais títulos são bem aceitos justamente por conta da alta taxa de juros envolvida. Corretoras de investimento compram os títulos, gerando um outro capital a ser emprestado pela financeira, e repassam os papéis como proposta de investimento a seus investidores espalhados por todo o mundo. Essa cadeia gera uma liquidez incerta, um efeito cascata onde se o cliente subprime não cumprir com sua obrigação de dívida, todos os demais setores envolvidos serão afetados.
Após a retomada do crescimento norte-americano, por volta de 2003-2004, o FED sentiu-se à vontade em aumentar a taxa de juros. As pessoas que tinham adquirido seus imóveis, que possuíam seus compromissos hipotecários, viram suas dívidas praticamente duplicarem de valor. O resultado foi um aumento significativo no índice de inadimplência, o que gerou a chamada "bolha imobiliária" que veio a explodir em meados de 2007. Essa bolha criada pela inadimplência cria um enrosco contábil nas contas das várias instituições financeiras e corretoras de investimentos que vêem com a deflagração da crise, os saques de seus investidores.
O quadro atual é que o consumidor norte-americano pode ficar sem moradia, sem poupança e diminuir seu consumo, com isso o maior importador global, os EUA, deixam de comprar mercadorias internacionais afetando o comportamento exportador de algumas nações; sem falar na redução dos investimentos estrangeiros e a diminuição dos negócios nas bolsas de valores de todo o mundo.
Os EUA já assumiram a crise e criaram pacotes econômicos na tentativa de conter o fenômeno imobiliário. O Brasil devido a uma moeda segura e estável, a um valor confortável de reservas internacionais em dólares, está preparado mas não imune a turbulências internacionais.
Não podemos ter mais uma visão clássica de que num mercado global cada país é uma ilha. Uma crise numa grande economia como a americana afeta à todos, a questão não é torcer ou não torcer para que tal situação seja superada, e sim criar mecanismos que nos dêem uma estabilidade econômica para o que possa vir de pior ainda nessa tempestade.

Por: Caio Cézar
Professor de Matemática e estudante de Economia pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC